TIPOS DE DENGUE
O vírus da dengue pertence à família *Flaviviridae* e possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Cada sorotipo pode causar a doença, e a infecção por um deles confere imunidade permanente apenas para o mesmo sorotipo. Isso significa que uma pessoa pode contrair dengue até quatro vezes ao longo da vida. A infecção subsequente por um sorotipo diferente aumenta o risco de desenvolver formas graves da doença, como a dengue hemorrágica ou síndrome do choque da dengue.
Principais Sintomas
Os sintomas geralmente aparecem 5 a 6 dias após a picada, o chamado período de incubação. Há um início súbito de febre, febre alta, geralmente 39°C a 40°C, dor de cabeça importante, dor atrás dos olhos, náuseas, vômitos, cansaço,manchas avermelhadas pelo corpo, dor muscular e articular.
Porém temos que ficar atentos aos sinais de alerta como dor abdominal, sangramento( urina, nariz, gengiva), letargia, hipotensão, acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural). Alguns grupos são caracterizados como de risco que inclui : lactentes menores de 2 anos, gestantes, adultos com idade > 65 anos com hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares, diabetes, DPOC, doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme), doença renal crônica e doenças autoimunes.
TRATAMENTO
Não existe um tratamento específico, o manejo clínico é controlar os sintomas e aliviar, além de uma hidratação adequada. Deve-se evitar esforços físicos, ingerir líquidos de forma abundante, em alguns casos pode até ser orientado o soro de reidratação oral; para controle de febre, dor, deve-se usar antitérmicos e analgésicos como paracetamol ou dipirona e evitar anti-inflamatórios não esteroidais pois estes podem aumentar o risco de sangramento.
PREVENÇÃO
O controle vetorial é essencial, deve-se evitar o acúmulo de água parada em pneus, vasos de plantas, garrafas, tampar as caixas d’agua e os reservatórios, limpar calhas e ralos periodicamente e se necessário contatar a zoonoses para o uso de inseticidas quando houver identificação de criadouros. Além da proteção individual com o uso de repelentes a base de Icaridina e DEET e o uso de roupas claras e de manga comprida.
Conscientizar a população é de suma importância, realizar campanhas e ações coletivas de orientação, como mutirões de limpeza , visitas de agentes de saúde comunitários nas casas disseminando as informações.
Porém a medida mais eficaz na prevenção é a vacinação, no Brasil temos apenas uma vacina disponível, a Qdenga, ela é indicada para a população de 4 a 59 anos. No SUS está disponível para a faixa etária de 10 a 14 anos, entretanto desde 14 de fevereiro, vacinas cuja validade seja em meados de abril podem ser aplicadas fora da faixa etária, esta passa a ser de 6 a 16 anos. Já as doses que vencem em um mês poderão ser aplicadas na faixa de 4 a 59 anos.
A eficácia varia de acordo com o sorotipo e trata-se de uma vacina de vírus vivo atenuado
Contra o DENV-1 a proteção gira em torno de 70% e reduz em 90% a hospitalização, DENV-2 76% e 85%, DENV-3 48% e 65%, DENV-4 40% e 60% respectivamente. Uma preocupação é que vem aumentando no nosso estado os casos de DENV-3 e no nosso país são endêmicos os DENV-1 e 2 e se o paciente já teve um destes sorotipos e pegar dengue novamente por outro sorotipo há uma maior chance de desenvolver um quadro hemorrágico.
CONCLUSÃO
O Governo do Estado de São Paulo decretou nesta quarta feira dia 19 de fevereiro, estado emergencial em saúde pública devido a epidemia por essa arbovirose. O controle vetorial e a vacinação são as principais medidas de prevenção pois reduz a incidência dos casos e a gravidade. Devemos como profissionais da saúde e cidadãos orientar a população a se proteger dessa doença.